Tilápia – Tilapia rendalli
Família: Cichlidae
Características: Dentre as mais de 100 espécies de tilápias, uma recebeu destaque especial, a do Nilo. Essa espécie exótica tem grande distribuição feita no Brasil e é uma das três mais espalhadas pelo mundo todo. Elegantes, de porte médio, no Brasil com até cerca de 60 cm e 3 kg, têm o corpo comprimido. A boca é terminal e está ornada de pequenos dentes, quase imperceptíveis. A nadadeira dorsal divide-se em duas partes, uma anterior espinhosa e uma posterior ramosa. A nadadeira caudal é arredondada e pode apresentar tons de marrom avermelhado, assim como outras. A coloração geral do corpo é cinza azulado.
Hábitos: Seus hábitos alimentares são onívoros, tendendo a comer mais ervas (herbivoria), embora possam consumir oportunisticamente o que estiver disponível, como plâncton, insetos, vermes e ovos ou alevinos de outros peixes. Se o ambiente for favorável e houver abundância de alimentos e temperatura ideal, entre 26º e 28 º C, tilápias do Nilo podem se reproduzir até 4 vezes em um ano. Escavam ninhos côncavos nos fundos de terra de locais rasos. Executam o chamado cuidado paternal, até seus filhotes poderem se virar sozinhos. Se um predador não controlar suas populações, tendem a reproduzir de tal forma que somente sobram peixes pequenos ou nanicos. Preferem ocupar ambientes mais próximos das margens, de água mais rasa, parada ou com pouca correnteza. Na maioria dos casos, não toleram temperaturas inferiores a 12 º C.
Curiosidades: Dente as mais de 2 mil espécies de ciclídeos, as tilápias são, de longe, as mais conhecidas. Suas características biológicas – rusticidade de manejo, grande poder de sobrevivência em condições ambientais diversificadas, dieta variada e excelente desempenho em cativeiro – tornaram-nas excelentes para a piscicultura, o que lhes valeu fama mundial.
Onde encontrar: As tilápias podem ser encontradas em todos o nosso país, desde a Amazônia até o Rio Grande do sul. Preferem viver nos lagos e represas, ou ambientes de água parada, embora também possam ser encontradas em rios com águas rápidas. Normalmente não ficam perto de estruturas, permanecendo nos fundos de argila ou areia procurando comida. O verão é a melhor época para pescá-las com grande variedade de iscas.
Dicas para pescá-lo: Muitas vezes as tilápias pegam a isca sutilmente. Colocar cerca de 50 cm de linha mais grossa e colorida na ponta da vara ajuda a detectá-las.
Traíra – Hoplias malabaricus
Família: Erithrynidae
Características: As Traíras são divertidas e bastante briguentas e podem ser capturadas com várias técnicas. São exclusivas da América do Sul e pertencem à família Erithrynidae, da qual também fazem parte Jejus e Trairões. Antigamente, eram tidas como espécie única, com ampla distribuição dentro da área de ocorrência. Com o aprofundamento de estudos, os cientistas chegaram à conclusão de que são várias espécies ou um grupo, denominado malabaricus . Os peixes desse grupo podem alcançar tamanho máximo em torno de 5 kg e 80 cm de comprimento. O corpo é roliço, com as extremidades mais afiladas. Têm a cabeça levemente comprimida, principalmente na região das maxilas. Apresentam dentição pronunciada, constituída por dentes aciculares (em formato de agulha) levemente achatados, de diferentes tamanhos. Sua coloração, normalmente marrom dourada, pode variar entre preto, cinza e verde, dependendo do ambiente e da cor da água. As escamas recobrem só o corpo e não estão presentes na cabeça e nadadeiras.
Hábitos: São caçadoras implacáveis e, uma vez atiçadas, atacam iscas diversas vezes. Preferem se alimentar de pequenos peixes, sapos e alguns artrópodes (crustáceos e pequenos insetos com esqueletos externos e patas articuladas, como pitus). Como não nadam muito bem, as iscas devem ser puxadas mais lentamente, para as Traíras poderem se aproximar e dar boas mordidas. Muitas vezes, são atraídas por barulhos na água, como o de peixes debatendo-se na superfície.
Curiosidades: Podem muitas vezes ser responsabilizadas pelo amor à pesca de diversas pessoas que as capturaram em pequenos lagos de sítios ou em grandes quintais. Sua agressividade e espírito de luta sempre proporcionam muitas festas a vários pescadores, veteranos ou principiantes.
Onde encontrar: Presentes em praticamente todos os corpos de água doce do Brasil, vivem em lugares que vão desde brejos e pequenos alagados a rios caudalosos e quilométricos, em todo o território continental. Sua presença é bastante comum em açudes, lagos e reservatórios. Em rios, preferem ficar em pequenas baías ou remansos, sem correnteza. Gostam de ficar em águas rasas e quentes de lagoas e represas, principalmente em meio a pedras, galhos secos, árvores caídas, moiras de capim e vegetação marginal. Nas regiões sul e sudeste, migram para águas mais profundas no inverno e permanecem junto ao fundo, inativas. Em rios, podem ser encontradas nas mesmas estruturas, em pequenas ou grandes baías marginais ou regiões de águas mais calmas. Normalmente ficam juntas ao fundo independentemente da temperatura da água.
Dicas para pescá-la: Ao optar por iscas artificiais, seja persistente já que as traíras às vezes são um pouco lentas e podem demorar a atacar. Iscas de hélices, poppers e zaras são bastante eficientes, pois o barulho que produzem atrai essas implacáveis caçadoras.
Trairão – Hoplias macrophthalmus
Família Erythrynidae
O Trairão é um peixe de corpo cilíndrico, possui cabeça grande com cerca de 1/3 do comprimento total do corpo. A cor é em geral marrom escuro, muitas vezes enegrecida, que o camufla sobre fundos de lama e folhas. As nadadeiras com bordos arredondados apresentam a mesma coloração do corpo. Pode atingir mais de 1 metro de comprimento e cerca de 15 quilos.
Destruidor de iscas, o Trairão possui uma dentição pronunciada, perfurante, e uma mordida bem forte. Dentes caninos ligeiramente comprimidos, de tamanhos variados, ornamentam sua grande bocarra.
É muitas vezes pescado no visual, necessitando uma boa pontaria do pescador. Assim que a isca é posta em seu raio de ação, quase sempre é prontamente atacada.
Predador voraz por natureza, tem preferência por peixes, mas quando tem a chance, não costuma rejeitar pequenos mamíferos, aves e anfíbios.
A espécie Hoplias macrophthalmus ocorre nas bacias amazônica (áreas de cabeceiras dos tributários) e Tocantins-Araguaia, a Hoplias lacerdae, na bacia do Prata (alto Paraguai) e a Hoplias aimara, em rios do médio e baixo Amazonas, como o Tocantins, Xingu e Tapajós.
Estas espécies estão quase sempre associadas a ambientes lênticos e rasos de lagos, enseadas e “ressacas”. Freqüenta as águas rasas e mais quentes próximas da margem, geralmente em fundos de lama, com vegetação e galhos. Também gosta de áreas mais fundas em rios e riachos, muitas vezes na região de águas rápidas e de correnteza, em meio a troncos ou rochas submersas.
O equipamento mais indicado é do tipo médio/pesado ou pesado. Varas de comprimento variados de 6 a 7 pés, para linhas de 15 a 30 libras (0,35 a 0,50mm). Molinetes e carretilhas que comportem até 100 metros da linha escolhida. Anzóis de n° 6/0 a 8/0, encastoados com arame ou empates de aço.
Na pesca de Fly, recomenda-se o uso de varas de 8 a 10, com linhas floating. Iscas como hairbugs, poppers, divers e streamers são as mais eficientes. O uso de um pequeno empate é recomendado sempre.
Iscas naturais, como pedaços de peixes (cachorra, matrinxã, curimbatá etc.) ou inteiras, vivas ou mortas, como lambaris e pequenos peixes da região.
As iscas artificiais também são muito utilizadas, principalmente os plugs de superfície e meia água, como jumping baits, hélices e poppers que são bastante provocativas. Buzzbaits e spinnerbaits também são prontamente atacadas, mas logo depois ficam praticamente descartáveis.
Muito cuidado ao retirar o anzol da boca do trairão porque a mordida é forte e os dentes afiados.
Fonte: pescagerais.com.br